Má Reputação

 

Minha delinquência é feminina.

Meus devaneios inverossímeis,

Sem censura, irreversíveis.

Teimosos e lentos em suas origens absolutas

De inversão dos textos cósmicos naturais.

Todos os dias há uma conversa com a loucura,

Um toque em seus lábios púrpura.

Ah! O descompasso em seu próprio transtorno fazendo sua normalidade.

A síncope aviltando o tempo forte.

Meus olhos vermelhos em dodecafonia com os amores da esquina,

Em sua erótica descompostura.

A má reputação do disfarce

Na dissimulação diária do crime.

 

Madruagada de 15∕01∕2013