Minhas Lápides

 

Ou

Sensações de uma tarde de cemitério em que a vida, em formato de piá, deitava risonhamente sobre os túmulos.

 

 

 

E das lápides,

O que dizer das lápides,

Destes granitos radicalmente austrais com suas letras metálicas,

Destes pontos finais em pedra,

Com estrela e cruz,

Mergulhados numa alaranjada tarde de cemitério,

Toda quente de meus desesperos pelas mortes que compõem minha vida?

 

Entre olhares de santos

Sopra minha lápide,

Diluída em meus versos,

Num vento rubro

Com suas asas todas manchadas

Com sorrisos de vinho tinto

E balas de coco no descanso das dez da manhã.

 

Minha lápide não é pedra,

Nem tampouco meus segredos entregues ao esquecimento.

São meus gritos e meus silêncios,

Todos os meus churrascos e entorpecimentos,

Meus amigos out of control.

Minha lápide não é pedra,

Minha lápide é rock’n roll.

 

Cruz Alta, 02 de novembro de 2012.